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Fé e Incredulidade - O que a Fé Evangélica não é - Charles Finney

O que a fé evangélica não é.

1. O termo fé, como a maioria das outras palavras, tem sentidos diversos e às vezes é manifestadamente usado na Bíblia para designar um estado do intelecto, significando uma persuasão inconteste, uma convicção firme, um consentimento intelectual sem hesitação. Porém, este não é o seu significado evangélico. A fé evangélica não pode ser um fenômeno do intelecto pela razão óbvia de que, quando usada no sentido cristão, sempre é considerada como uma virtude. Mas a virtude não pode ser pressuposta dos estados intelectuais, porque estes são estados involuntários ou passivos da mente. A fé é uma condição da salvação. É algo que nos mandam fazer sob pena da morte eterna. Mas se é algo a ser feito — um dever solene — não pode ser um estado meramente passivo, uma mera convicção intelectual. A Bíblia faz distinção entre a fé intelectual e a fé salvadora. Há uma fé dos demônios e há uma fé dos santos. Tiago faz distinção clara entre elas e também entre a fé antinomiana e a fé salvadora. "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e es¬tremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura
Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta" (Tg 2.17-26). A distinção está claramente assinalada aqui, como em outros textos da Bíblia, entre a fé intelectual e a fé salvadora. Uma produz boas obras ou uma vida santa, a outra é improdutiva. Isto mostra que uma é apenas fenômeno do intelecto e — é claro — não controla a conduta. A outra deve ser fenômeno da vontade, porque se manifesta na vida exterior. A fé evangélica, então, não é uma convicção, uma percepção da verdade. Não pertence ao intelecto, embora implica em convicção intelectual, mesmo que o elemento evangélico ou virtuoso não ponha nisso a sua base.

2. Não é um sentimento de qualquer tipo, ou seja, não pertence a nenhum fenômeno da sensibilidade. Os fenômenos da sensibilidade são estados passivos da mente e, portanto, não têm caráter moral em si mesmos. A fé, considerada uma virtude, não pode consistir em algum estado involuntário da mente. Está representada na Bíblia como um estado ativo e muito eficiente. Trabalha e "trabalha por amor". Produz "a obediência da fé". Dizem que os cristãos devem ser santificados pela fé que está em Cristo. De fato, a Bíblia, em uma grande variedade de instâncias e maneiras, representa a fé em Deus e em Cristo como uma forma cardeal de virtude e como a mola mestra de uma vida exteriormente santa. Por conseguinte, não pode consistir em algum estado involuntário da mente.

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